No dia 28 de maio de 2024, a APEMETA e a AgroInsider organizaram o III Workshop em Portugal do projeto H2020 PestNu, intitulado “Como aumentar a sustentabilidade na produção agrícola? “. O evento realizou-se no Auditório da Área Metropolitana de Lisboa (AML), entidade pública gestora das estratégias de desenvolvimento económico, social e ambiental desta região portuguesa, e também membros do Conselho Consultivo do PestNu, devido ao seu trabalho nacional e internacional ao nível da transição alimentar.

O workshop contou com três painéis principais que abordaram diferentes áreas relevantes para a mudança dos sistemas de produção alimentar rumo aos objetivos de sustentabilidade estabelecidos pelas políticas da UE.

O painel da manhã foi dedicado à Tecnologia, onde os contributos e inovações do projeto PestNu foram partilhados pela APEMETA, nomeadamente a abordagem sistémica de combinação de diferentes inovações no campo e as atividades de demonstração em curso, o trabalho com os diversos atores da cadeia do prado ao prato (ex: plataforma digital PestNu ) e as principais recomendações que têm emergido do projeto para decisores políticos e grupos operacionais. A AgroInsider apresentou as melhorias introduzidas, no decorrer do PestNu, à sua tecnologia AgroRadar, que possibilita agora aos agricultores acrescentar/registar dados georreferenciados ao sistema de monitorização agrícola, com proteção por tecnologias de blockchain; e ainda o  Food Sustainability Index (FSi), recentemente desenvolvido no PestNu para a rastreabilidade da sustentabilidade dos produtos agrícolas. Estiveram ainda presentes os parceiros espanhóis do PestNu CDTA El Mirador e Tilamur, que partilharam a sua experiência enquanto agricultores nas atividades de demonstração do projeto.

Houve a partilha de diversas inovações desenvolvidas e em desenvolvimento em projetos nacionais, complementares, pelo Smart Farm Colab, que falou sobre como está a nanotecnologia, as tecnologias de deteção remota, sensorização proximal ou robôs a transformar o sector agrícola, e deixou o convite à participação no VI Fórum de Agricultura 4.0. Também a Building Global Innovators partilhou projetos aplicados agro-alimentar regenerativos, com e sem solo. O painel fomentou ainda um momento prático de avaliação do impacto ético e social das inovações agrícolas com o parceiro da PestNu, a Trilateral Research, com a partilha de um caso de estudo da PestNu e a sua discussão com a audiência.

Depois de um almoço de networking, o tema principal do segundo painel foi a viabilidade económica da transição para a sustentabilidade, tendo-se abordado a transferência de tecnologia para o mercado, a sua competitividade e sustentabilidade, e também o papel do associativismo para garantir a sua adoção por pequenos agricultores, e contou com os contributos da academia (NOVA SBE) e da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas (CONFAGRI), que para além de contributos importantes, partilharam o testemunho prático do projeto NextLand da UE. O painel prosseguiu com o banco português Crédito Agrícola, que partilhou a proposta de valor da banca comercial para acelerar a transição e as iniciativas existentes para financiamento, parcerias e promoção da transferência de conhecimentos junto dos agricultores. O painel contou ainda com uma apresentação das oportunidades que também decorrem do financiamento sustentável através do conceito de ESG (ambiental, social e governança), para as empresas agrícolas, trazidas à discussão pela AgroInsider, atualmente também envolvida com agricultores e agrossilvicultores no mercado voluntário de carbono. Na discussão, destacou-se também o papel fundamental dos consumidores, não representados no painel, mas essenciais, como força motriz da cadeia de valor.

O workshop terminou com uma mesa redonda dedicada à importância das redes e ao papel das autoridades públicas, com perspectivas partilhadas por diferentes actores como a AML, que para além do trabalho em curso em termos de transição alimentar destacou como essencial a existência de grupos de trabalho focados na alimentação capazes de assegurar as bases da governança nesta matéria num contexto de desenvolvimento territorial sustentável. A Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), membro do Conselho Consultivo do PestNu partilhou o trabalho feito ao nível da rede nacional da PAC e a recente renovação do sistema AKIS Portugal, como contributos para o incremento da inovação, articulação e capacitação do setor. A Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras testemunhou o papel do município enquanto ator envolvido no desenvolvimento da agro-região, transição alimentar por exemplo ao nível escolar, entre outros. O Food4Sustainability Colab partilhou a importância das autoridades públicas como catalisadores dessa transição (ex: I-Danha Food Lab, Agrifood Open Day). Todos destacaram o importante papel que as autoridades têm na criação do ambiente propício ao fomento de sinergias, na definição de estratégias e planos de ação capazes de conduzir esforços e alinhar oportunidades de financiamento público, tendo sido realçado que também elas precisam de integrar cadeias de transferência de conhecimento, ao nível europeu, regional e local/institucional, para serem capazes de acolher as inovações e também facilitar os processos de disponibilização e avaliação de projetos que disponibilizam tais inovações aos demais atores da cadeia.

Os principais resultados do evento foram também compilados pela Rede Rural PAC  num vídeo que pretende mostrar como os diferentes projetos e entidades que estiveram presentes podem contribuir para o sistema AKIS Portugal, focado na transferência de conhecimento e inovação agrícola para o sector.

A APEMETA e a Agroinsider agradecem a todos os participantes e parceiros pelo contributo para o sucesso do evento!

Saiba mais sobre o PestNu, e conheça e registe-se na Plataforma Digital de apoio ao agronegócio em https://pestnu.eu/ !

Mais Informações:

Departamento de Projetos e Serviços APEMETA | Rita Silva | rita.silva@apemeta.pt